Tive a oportunidade pela primeira vez de consultar a Coleção Brasiliana, doada pelo empresário e colecionador José Mindlin à Universidade de São Paulo. Esta é uma extraordinária coleção Para quem ainda não conhece esta maravilhosa ferramenta de pesquisa ao alcance dos nossos dedinhos a qualquer hora do dia e da noite, vale a pena visitá-la para pelo menos saber o que anda acontecendo de sério na internet.
Esta seleção de livros doados por José e Guita Mindlin, está em processo de digitação e postagem na internet e pode ser acessado de qualquer parte do mundo. Hoje consultei a História do Brasil, por frei Vicente do Salvador, natural da Bahia. Nova edição revista por Capistrano de Abreu, de 1918. Esta foi a primeira tentativa de relato de uma história do Brasil. Frei Vicente de Salvador terminou de escrever sua obra sobre as primeiras décadas do Brasil colônia em 1627. Este também foi o primeiro livro com o qual José Mindlin, aos 13 anos de idade, começou sua coleção. A Coleção Brasiliana do bibliófilo, que conta com 20 mil títulos entre relatos de viajantes, literatura brasileira e portuguesa, documentos, folhetos e várias primeiras edições de obras importantes, será transferida até o final de 2009 para a Universidade de São Paulo (USP).
Aqui está uma ilustração acompanhando o texto de Frei Vicente do Salvador:
Planta da cidade de Salvador, na Bahia, contemporânea à invasão dos holandeses.
A coleção está em processo de digitalização. Ela é feita por um robô devorador de livros, que lê 2.400 páginas por hora, batizado de Maria Bonita. “Podemos transformar uma imagem recém tirada do robô em uma página que seja portátil para a web”, explica o engenheiro de computação Vitor Tsujiguchi. “O usuário vai ver o livro tal como ele é: a imagem do livro original, mas por trás dessa imagem há uma versão digitalizada, como se fosse transcrito. O usuário pode fazer busca por palavra, frase, iluminar trecho, copiar e colar. A pessoa vai poder imprimir em casa, encadernar e colocar na sua estante”, Pedro Puntoni. O robô reconhece 120 línguas. Até o final do ano o plano é que ele tenha digitalizado 4 mil livros e 30 mil imagens.
José Mindlin e “Maria Bonita”.
Quem está encantado com o trabalho do robô é o professor titular de história do Brasil, Istvan Yancsó, coordenador geral do projeto: “O conceito dessa biblioteca é atender a uma multiplicidade de destinações. É um serviço que a USP vai prestar à nação. Tudo que nós estamos fazendo é sempre em cima da ideia de que é uma colaboração para montagem de alguma coisa que não vai ser a Brasiliana da USP, vai ser uma Brasiliana brasileira”.
O Robô, batizado de Maria Bonita, lê 2.400 páginas por hora.
Os primeiros livros sendo digitalizados são os dos viajantes que percorreram o Brasil nos séculos 16, 17, 18 e 19. Toda a coleção das gravuras de Debret. Depois disso será a vez de todos os livros de história do Brasil e literatura brasileira. Os 17 volumes da primeira edição dos sermões do Padre Vieira, a primeira edição brasileira de “Marília de Dirceu”, de Tomás Antonio Gonzaga – só existem três unidades no mundo. De José de Alencar, a primeira edição do “Guarany”, livro raro. José Mindlin passou boa parte da vida atrás desse exemplar, um dos únicos existentes e de muitas outras raridades.
Artigo parcialmente baseado no Destak Jornal.









Muito boa a postagem. Não sei explicar os motivos pelos quais ainda não havia encontrado esta página na Internet, mas já está devidamente “favoritada”!
Obrigada Alexandre! Tudo vem a seu tempo! Seja bem-vindo. Um grande abraço, Ladyce